possible landscape

Concept

to be updated Descriptive memorial
Work: POSSIBLE LANDSCAPE
MEASUREMENT - 90 X 2.30
MIXED TECHNIQUE USING FABRIC AND OTHERS
Artist: Zélia Mendonça.
Description: In a landscape drawing of the Urca route to Sugarloaf Mountain, I placed gemstones and buttons together with other recycled materials from knickknacks and scraps. It is an assemblage.
This work is a representation of Rio de Janeiro as an icon of Brazil. So, although I try to portray the city, I'm talking on a national level. That's why I contrast human evils in the image of nature. Not as a justification, but by showing that these riches are constantly usurped by the crime of political and endemic corruption inserted in Brazilian daily life, endorsed by a voracious individualism. There are stray bullets and those sent, leaving bodies and interrupted lives in this dynamic. That's why I chose to put the scraps of shoes in addition to the bullets.
But what looks like hell also presents itself as beauty. When we do not stick to the details of the work, when we move away from it in contemplation, and have observed the whole, we try to provoke the paradox of values ​​so that our conception of ourselves does not limit us. So that we don't fit into moralism, prisoners of external expectations, feeling guilty or too legislators without reflecting our role in society.
The confrontation with our reality cannot fear the unpleasant. Nor should we allow ourselves to project onto the other what is wrong in us. Therefore, between essence and appearance, it is the conflict between these parts that matters to me. And in this exercise of approaching and distancing, to seek an illusion that also celebrates life, a conscious and reflective illusion, perhaps the very reason for art's existence.
Memorial Descritivo
Obra: PAISAGEM POSSÍVEL
MEDIDA – 90 X 2.30
TÉCNICA MISTA USANDO TECIDO E OUTROS
Artista: Zélia Mendonça.
Descrição: Num desenho da paisagem do trajeto Urca até o Pão de Açúcar, coloquei pedrarias e botões junto a outros materiais reciclados de quinquilharias e retalhos. Trata-se de uma assemblage.
Esta obra é a representação do Rio de Janeiro como ícone do Brasil. Então, embora eu procure retratar a cidade, estou falando num nível nacional. Por isso contraponho na imagem da natureza os males humanos. Não como justificativa, mas ao mostrar que estas riquezas são usurpadas constantemente pelo crime da corrupção política e endêmica inserida no cotidiano brasileiro endossada por um individualismo voraz. Existem balas perdidas e as enviadas, sobrando nessa dinâmica corpos e vidas interrompidas. Por isso optei por colocar além das balas os restos de calçados.
Mas o que parece o inferno, também se apresenta como beleza. Quando não nos atemos ao detalhe da obra, ao nos afastar dela em contemplação, e ter observado o todo, procuramos provocar o paradoxo de valores para que nossa concepção de nós mesmos não nos limite. Para que não caibamos num moralismo, prisioneiros de expectativas externas, nos sentindo culpados ou demasiadamente legisladores sem refletirmos nosso papel na sociedade.
O confronto com a nossa realidade não pode temer o desagradável. Tampouco devemos nos deixar projetar no outro aquilo que em nós está errado. Para tanto, entre a essência e a aparência é o conflito entre estas partes que me importa. E nesse exercício de aproximar e distanciar, buscar uma ilusão que também celebre a vida, uma ilusão consciente e de reflexão, talvez a própria razão de ser da arte.